30/12/13

Bom 2014

Para católicas, para vingativas, para altruístas, para rurais, para amantes da velocidade, e agora também para nós, portuguesas, cortesia de uma dúzia de bem intencionados rapazes de Setúbal. Mecânicos, camionistas e serralheiros de todo o mundo, uni-vos para defender a vossa história, os vossos saberes e costumes, não deixem morrer o calendário das gajas boas.  

27/12/13

«Uma prova

como aquela a que o seu ministério submeteu os seus professores só confirma que a avaliação, tal como ela é praticada, é um dispositivo de exterioridade, completamente estranho à substância, ao saber a  transmitir e aos problemas do ensino. Mas escusava de mostrar tão claramente como tem mostrado, que pretende instaurar um regime de subordinação injusta, onde a brutalidade das relações se tornou a regra: entre alunos, entre alunos e professores, entre professores e pais. Todos são apanhados numa mecânica da subordinação recíproca. Ou, mais nitidamente, de domesticação». (António Guerreiro, ipsilon de hoje)

26/12/13

As cozinhas

tresandam a fogão, as pessoas idem, os cafés são tomados de assalto por rectângulos de mesa repletos de fritos moles e húmidos, os supermercados empurram inocentes em busca de papel higiénico para uma corrente sem fim de adeptos do bolo rei, a TV desdobra-se em directos da ceia dos sós, dos sem-abrigo, dos vegetarianos e do bacalhau com couve à moda de toda a gente, pingam fotos de mesas natalícias no facebook, há torres de caixas de bolos a ameaçar ruir a qualquer momento em qualquer ecoponto, enfarda-se sem pudor, não se aguenta nem mais uma rabanada mas tem de ser, é Natal. 

23/12/13

Feliz Natal

The best moms have your beer waiting when you get home.Photo: Tom Kelley Studios/Getty Imagesaqui

20/12/13

«Qual seria a sua viagem imaginária?

Ohhh... simplesmente ficar em casa imaginando que o resto do mundo não me viria bater à porta, não me viria incomodar.
Ficava um nómada na biblioteca?
Sim, acho que sim. Transformava a minha casa numa ilha deserta.»
(Alberto Manguel ).

Tão fácil de entender, mas tão difícil de explicar.

18/11/13

14/11/13

Súplica

Alguém me leve de volta ao estádio da civilização onde se dizia “informação” em vez de “conteúdos” e me deixe lá para sempre. 

24/07/13

É um gosto

observar e (sobretudo) aprender as miudezas da profissão com assessores desta craveira. 

06/06/13

© Cindy Sherman


30/04/13

29/04/13

Eles fazem-se ao mar e trazem o peixe,


elas vendem-no na lota, recebem e gerem o dinheiro que chega sempre para pagar as contas da casa, a comida da mesa, os livros e os ténis dos filhos, a televisão e o frigorífico, levam os miúdos à escola e ao médico quando têm febre,  vão à missa, arranjam as mãos, não permitem uma raiz preta no cabelo, recebem os maridos à sexta-feira com beijinhos e lençóis lavados, devolvem-nos ao mar ao domingo à noite com bilhetinhos de amor nos tupperwares do farnel, cantam música sertaneja no monovolume que as leva e traz à barra e agradecem todos os dias a felicidade que Deus lhes deu. É a vida, é o Amor.

11/04/13

Diz Aguiar Branco que

perante esta "medida cautelar, provisória, não faz sentido algum estar a ter essa dimensão de debate e discussão política, que obedece a outros interesses que não os interesses nacionais" portanto, vamos lá a estar caladinhos e aguardar serenamente que passe a birra ao Gaspar. Ok, a troika já percebeu que o nosso ministro das finanças é um duro. Agora já pode voltar a ser só incompetente.

27/03/13

Entre os muitos

e irritantes hábitos dos condutores portugueses, o maior de todos é a mania de estacionar em segunda fila com a descontracção de quem paga pelo lugar que está a ocupar: é o taxista a passar a facturazinha ao bife que aterra no centro da cidade, o produtor que faz questão de largar os seus chariots de cadáveres de vitela mesmo, mesmo, mesmo à porta do talho, o agarrado que não aguenta chegar ao quiosque ao pé do escritório e tem de parar na tabacaria, a mãe zelosa que insiste em deixar o seu bebé de 17 anos a dois passos da porta do colégio, enfim, toda uma imensa comunidade de gente que entende que, quando há duas faixas no mesmo sentido, há uma que é só deles e os outros todos que usem a que sobra. 

26/03/13

Deve ser

difícil uma pessoa encontrar um pormenor ou um episódio qualquer que dê sequer vontade de sorrir em todo este processo odioso que os jornais chamam de "Caso Casa Pia", mas para este senhor o difícil foi evitar dar pulos de alegria. Definitivamente, parece que o Bibi arranjou um advogado à sua medida. 

25/03/13

Só podia

ser coisa do MoMA, só podia ser com uma pessoa como ela. Nós, por cá é mais bolos e crochet lá para os lados da Ajuda. 

18/03/13

Cada

um tem o grilo que merece, essa é que é essa.

15/03/13

My Billie


14/03/13

Aguardo com expectativa

que os agnósticos mais nervosos aqui deste nosso cantinho deitem rapidamente cá para fora tudo o que conseguirem sobre os podres do novo Papa antes que arranjem alguma úlcera irrecuperável. Cada um idolatra quem quer e é livre de vibrar com os fumos brancos que entender. Eu já escolhi o meu, é o da nicotina. E conheço-lhe os podres todos.  

12/03/13





Friedrich Seidenstücker

11/03/13

Ok,

tudo bem, a escolha é de grande responsabilidade, mas não podia ser tudo um bocadinho mais fácil e um bocadinho menos medieval? Estamos no século XXI, senhores, já ninguém acredita nos poderes galácticos do Papa, na virgindade da Igreja Católica ou na infalibilidade da doutrina cristã. 

07/03/13

Para desenjoar

da onda encarnada que invadiu os jornais de hoje - obrigada, Diário Económico, por te manteres fiel ao laranja cueca de todos os dias - um saltinho até aqui para ficar a saber que el jefe de Estado reposa con gloria e seguro de que nosotros seguiremos su ejemplo.

06/03/13

Ele

notícias que dizem tanto, mas tanto, sobre um povo e um país, que nem um milhão de estudos consegue convencer-me de que não somos eternos finalistas em matéria de desleixo e falta de civismo.

04/03/13

Como já não tenho


pachorra para o cliché do grande plano do punho com o cravo vermelho, da criança com o cartaz “que se foda a troika” ou da centésima recriação do beijo do marujo e da enfermeira imortalizado por Alfred Eisenstaedt em 1945, a melhor imagem de sábado é este grito mudo de raiva e de desespero. 

A boa

notícia aqui é que ele tolera e compreende esta gente. Não lhe peçam é para aceitar manifestações na rua, que os filhos e os netos podem andar por perto.

01/03/13

Ter

um primeiro ministro que não se bate pela indignação, pelo inconformismo, pelo protesto e pela revolta é razão mais do que suficiente para não faltar à chamada amanhã.

14/02/13

(Muito) mais

do que cometer erros, o que me chateia verdadeiramente é repeti-los. Ao primeiro, desculpo-me, ao segundo, martirizo-me e assumo que sou um caso perdido. A vergonha da estupidez é muito superior à da ignorância. 

07/02/13

Sim,

sim, é um linchamento público, ò Álvaro. Que é para o senhor Franquelim aprender que mentir é feio, coisa que os seus muitos e muitos anos de trabalho - imagine-se que, aos 16, já labutava furiosamente numa empresa só fundada 19 anos depois - não lhe ensinaram. Bem sabemos que um curriculum para este governo é um acto de criação artística, mas há que chegar primeiro a ministro para poder argumentar que sempre norteou a vida pela simplicidade da procura do conhecimento permanente. Uma coisa de cada vez. 

06/02/13

04/02/13

«O que entendo


é que há infracções que alguém que desempenha um cargo público comete que podem ser impeditivas no desempenho da sua função. Esta, entendo que não». Quatro - quatro! - páginas no i de hoje, totalmente dedicadas a um assunto, que se esgota nesta frase da própria. Podemos voltar ao dossier Franquelim Alves, please?

30/01/13

Uma

boa notícia para os amantes do vintage: o cinema ambulante que animou as populações rurais portuguesas nos loucos anos 30, 40 e 50 pode muito bem estar de volta.

09/01/13

Portanto,

é um bocado cedo para comentar isto e tal e tal, mas para já numa primeira leitura - ou seja onde se lê cortes até 20% de funcionários públicos e nas pensões, aumento das taxas moderadoras e das propinas - já deu para perceber que está "muito bem feito", "muito bem trabalhado" e "muito completo".

07/01/13

Chegar

aos 26 anos a achar que já não se tem idade para fazer trabalho chato é meio caminho andado para nunca mais deixar de fazê-lo. E é muito bem-feito.

02/01/13

Há momentos

em que penso que o melhor para todos nós era recomeçar tudo do zero, num outro planeta ou galáxia. E, não, não me refiro à mensagem de ano novo do Cavaco ou às férias do Relvas e do Dias Loureiro no Copacabana Palace, mas sim a este grau de bestialidade que se manifesta em alguns seres infelizmente vivos, embora não inteligentes e seguramente miseráveis.