21/11/12

16/11/12

Não há actividade*


mais mesquinha e desprezível dentro de uma empresa do que a bufaria. Sem falsos moralismos, concedo – também já os fiz – comentários maldosos sobre chefias, colegas, clientes. Este tipo de maledicência, normalmente, esgota-se dentro de um círculo fechado, sem outros frutos que não uma gargalhada ou uma piada de circunstância. Um comentário sobre o mau hálito de um administrativo ou sobre os sapatos feios de um director não tem consequências para ninguém, nem sequer para o inocente alvo que há-de continuar despreocupadamente a falar a dois cm do nariz do próximo ou a exibir os seus magníficos mocassins plastificados de biqueira fina. E é perfeitamente democrático: haverá sempre um momento da nossa vida, em que seremos nós o alvo. Calha a todos e ainda bem.
Já a bufaria pertence a um campeonato diferente. Distancia-se da fofoca logo no objectivo. O bufo quer chegar a algum lado, ou seja, bufa para tramar alguém. O galhofeiro orgulha-se do que faz, que é simplesmente divertir-se e divertir os outros, o bufo tem vergonha de si próprio, precisa de se promover, tem um objectivo claro e definido. Usa um tom gelatinoso para actuar. Nunca é "pessoa para isso", está a bufar porque "a situação assim o exige". Porque "os interesses da empresa estão à frente das relações pessoais". O galhofeiro não pensa no futuro, vive o momento, é destemido e ataca ao pé da máquina do café, o bufo investe no longo prazo, é cobarde e age na surdina. Esgueira-se em passos de pantufa até à sala do patrão onde verte o seu fel, num fio de voz doce e cândido. 
Isto tudo porque hoje esbarrei num bufo em pleno exercício da sua actividade e, para evitar o vómito, parti em busca de cafeína. Abençoada máquina de café.   

*este post tem uma destinatária que, infelizmente, não é exemplar único na empresa onde ambas trabalhamos. Mas, sem dúvida, que é a que tem maior taxa de sucesso.

Eine kleine sehnsucht braucht jeder zum glücklichsein

14/11/12

Aqui estará um dos grandes motivos para aderir à greve de hoje e também um dos que mais contribui para a decisão de não fazê-la. E aqui uma oportunidade de ouro para estar calado.

13/11/12

Parece que o mundo

académico e empresarial descobriu o fascinante mundo das conferências. Os auditórios e salas com nomes pomposos deste país andam animados com o entra e sai de ilustres oradores, que aproveitam para se promover a si e às suas empresas e instituições em "debates" sobre inovação, empreendedorismo, a crise como uma oportunidade, a internacionalização e banalidades do género, que não produzem conclusões, nem ficam para a história. Os ministros e secretários de estado abrem as sessões de trabalho, coisa que não lhes leva mais do que cinco minutos das suas apertadas agendas, a comunicação social vai atrás - e quando não é a própria a promover o "evento" - lá está para sacar umas declarações avulso, descontextualizadas, preferencialmente polémicas e "à margem da conferência", que ficam sempre bem num rodapé de televisão. 

As conferências são portanto úteis para toda a gente. Para mim, não passam de uma manifestação saloia de uma certa cultura empresarial feita de aparências. 

09/11/12

Que interesse

é que têm os disparates da Jonet ao pé desta completa esquizofrenia ?

05/11/12

O Deutsche Bank

convocou a sua grupeta de administradores e directores para uma reunião de três dias num dos hotéis mais caros de Berlim, onde alugou todos os quartos cujos preços variam entre os 320 e 15 000 euros por noite. Na agenda de trabalhos, as próximas medidas de austeridade a adoptar depois do anunciado despedimento de 2 000 funcionários. Aos seus clientes, o Hotel Adlon sugere no site um saltinho ao SPA, onde todos poderão "Vergessen Sie für ein paar Momente die Welt und lassen Sie sich in traumhaft schönem Ambiente verzaubern", que significa qualquer coisa como "esquecer o mundo por alguns instantes e deixar-se encantar num ambiente fantasticamente bonito". Não tenho dúvidas de que seguirão o conselho à letra. 

02/11/12

Nice guys