Preâmbulo que se impõe: Sim, claro, este fim-de-semana foi do futebol. Foi do FCP que ganhou a Liga, foi do Sporting que se bateu até ao fim e, pronto, foi do Benfica que se ficou pelo terceiro lugar – para o ano será melhor, pois, pois, digo eu.
Agora, sim: Mas na realidade o que eu quero mesmo dizer é que o combate de judo da Telma Monteiro – o tal que a fez ganhar a medalha de ouro na Taça do Mundo no sábado passado – teve imensa pinta. Não sendo fã e muito menos especialista da modalidade, fiquei impressionada com aquele ataque matador, parece que se chama ippon, que lhe valeu a vitória contra uma alemã que saiu do tapete a arrastar-se de tristeza. No instante em que a Telma pula de alegria, lembrei-me dos pés e dos toques mágicos do Cristiano Ronaldo e do corpinho frágil da Vanessa Fernandes a cortar uma meta. E naquele instante, apeteceu-me sair para a rua a desferir ippons em todas as pessoas que se lamentam da vida, que não têm sorte, que nada lhes corre bem, que têm dores nas articulações e nos rins, blá, blá, blá. Pois que se esforcem, que se matem de trabalho, que ousem querer ser os melhores. Tenho cá para mim que há uma Telma Monteiro em cada de um de nós. É só procurar.