Andar a pé em Lisboa não é para todos. Qualquer dia, torna-se mesmo um desporto radical, impróprio para cardíacos e corpos pouco ginasticados. É preciso ter estaleca para saber contornar os cócós da calçada, curvar com agilidade e elegância os transeuntes que só andam em linha recta, não cruzar jamais o olhar com os vendedores de seguros cheios de acne e de mau aspecto, escapar às escamosas cuspidelas do alheio, ziguezaguear por entre os carros em quatro piscas permanentes e por aí fora. Isto nos passeios.
E quanto às passadeiras, domínio que se quer absoluto do peão?
Fiquei a saber hoje que alguns (muitos) semáforos de Lisboa não respeitam a lei que determina que um peão deve atravessar uma passadeira de 9 metros em 22,5 segundos. Há sítios onde é preciso atingir os 15 metros em 14 segundos para não levar com um carro em cima. De repente, pensei nos velhos e nas pessoas com dificuldades de locomoção. Mesmo 9 metros para 22,5 segundos é manifestamente pouco para eles. É um perigo. Um suicídio aprovado por decreto.
E quanto às passadeiras, domínio que se quer absoluto do peão?
Fiquei a saber hoje que alguns (muitos) semáforos de Lisboa não respeitam a lei que determina que um peão deve atravessar uma passadeira de 9 metros em 22,5 segundos. Há sítios onde é preciso atingir os 15 metros em 14 segundos para não levar com um carro em cima. De repente, pensei nos velhos e nas pessoas com dificuldades de locomoção. Mesmo 9 metros para 22,5 segundos é manifestamente pouco para eles. É um perigo. Um suicídio aprovado por decreto.
6 comentários:
Isto para não falar das ditas passadeiras que ou sabemos que lá estão ou não as vemos.
É que estão tão apagaditas!
Há ainda alguns casos de passadeiras a seguir a curvas que para os automibilistas são impossíveis de ver, ou cujos semáforos ficam verdes ao mesmo tempo que para os carros que vão virar. O sinal de aviso de peões é ridiculamente pequeno, amarelo e a piscar...
Enfim... uma gota num oceano de asneiras na nossa capital.
Gostei da frase do Rui Zinc ontem no telejornal acerca deste assunto passo a citar:
"É impensável considerar os peões como intrusos na cidade"
É tantas vezes assim que nos sentimos...
Beijinhos
o pior é quando existem passadeiras visíveis, mas os condutores não respeitam nem os peões, nem o sinal vermelho, nem as velocidades...
Apesar de, no tribunal, os juizes darem, regra geral, razão aos peões, isso não nos serve de muito depois de levarmos com um carro em cima...
Eu sou condutora e muitas vezes peão. Relativamente às passadeiras, concordo com tudo o que disseram, mas sabem que também acho que a maior parte das pessoas não sabe atravessar passadeiras? A ideia será chegar à dita, parar, mostrar-se aos carros para que parem (é certo, hás os que não param nunca). A maior parte das pessoas não faz isto, simplesmente vem andando e subitamente atira-se (literalmente) para a passadeira. Ora, a ideia é os carros pararem quando lá está alguém à espera para atravessar, não é os condutores adivinharem se o peão que vai ali a caminhar está a pensar atravessar....
E eu lembrei-me da Criança de 8 anos atropelada a semana passada que tanto falaram na televisão.De facto, atravessar uma estrada de dois sentidos em tempo recorde, só é possivel mesmo para as Rosas Motas e Carlos Lopes da vida.
Bem, o Ben Johnson faz 100mts em menos de 10 segundos...
Apesar de tudo continua a valer a pena, até porque faz bem à saúde. Um dia destes cruzamo-nos por aí...
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