31/10/06

O Dourado

O maior processo de corrupção desportiva investigado em Portugal está emperrado. Ninguém sabe de nada. Ninguém justifica esta paragem. Os tribunais calam-se, os advogados interrogam-se, os arguidos descansam, os cidadãos esperam pela identificação e condenação dos culpados. A culpa aqui não morre solteira, é do Apito. Só pode.

30/10/06

Aquilo

O dia não está para uma pessoa se aborrecer mas não consigo ficar indiferente "àquilo". Não consigo, é mais forte do que eu. Começou tudo para aí há uns 15 dias quando abri um folheto de um hipermercado qualquer e deparei com "aquilo". Fiquei com um estado de espírito oscilante entre a irritação e a surpresa. Hum. Ok. Vou esperar para ver, pensei eu. Talvez fosse uma manobra precipitada do dito hipermercado que se quis armar em visionário. Dois ou três dias depois, um outro sinal numa montra de loja. "Aquilo" está em todo o lado?, interroguei-me. Mas estamos em Outubro, respondi-me. Ontem, Domingo, capitulei. Não há como fugir. Continuamos em Outubro mas "aquilo" já se espalhou. As ruas da Baixa não enganam: é levantar os olhos acima do nível de um primeiro andar e lá está "aquilo". Depois, na Praça do Comércio, o golpe fatal: uma base metálica a deixar adivinhar qualquer coisa de monstruoso em forma de cone e em plena fase de desenvolvimento. Nada de confusões: desde que me conheço que gosto do Natal e respectivos acessórios. Aliás, vibro com ele. Até hoje ainda ninguém me conseguiu convencer de que o Pai Natal não passou pela casa de uma tia minha quando eu tinha para aí uns cinco ou seis anos. A questão é que começar a pensar no Natal em Outubro é como ir para a praia com botas de montar. Ou usar um Givenchy numa festa de garagem. Ou comer um gelado de cozido à portuguesa. Ou escrever um post destes no dia 30 de Outubro. OUTUBRO.

26/10/06

Aceitam-se sugestões de resposta

«Se vocês colocam a carne na rua, no jardim ou no parque sem a cobrir, os gatos aparecem para a comer (...). Quem tem a culpa, os gatos ou a carne ao ar livre?»
(declarações do principal religioso muçulmano na Austrália, o xeque Taj Aldin al Hilali)

*Nota: A palavra "carne" significa, neste contexto, mulher. Ou para pessoas da laia deste xeque, qualquer coisa como "uma peça da alcatra com pernas" ou "umas coxinhas de perú com molho béchamel". Depende da proveniência da carne, da sua qualidade e dos procedimentos higio-sanitários de autocontrolo a que ela estará sujeita.

23/10/06

19/10/06

Não me atrevo a dar um título a este post

«Este governante está fundido»
«Mónica admite posar nua»
«Atiraram um crânio e uma mensagem em árabe para dentro da SIC»
Estou para aqui a imaginar o que pensaria um alien se aterrasse hoje em Portugal e desse de caras com a capa do "24 Horas".

17/10/06

Post fútil, pronto

Isto não está fácil. Não está. Preciso – aquele “precisar” que só uma mulher ou um metrossexual percebe – de umas botas. Já vi de tudo: de cano alto, de cano baixo, de salto alto, de salto baixo, de biqueira, sem biqueira, de pele, de camurça, pretas, castanhas e brancas. Com pregos dourados e aplicações de peluche, imagine-se. Tudo muito feio, muito exagerado, muito Cinha Jardim. Se calhar sou eu que estou demasiado exigente face à oferta desta fashion season. Se calhar, é isso. Mas já dei por mim a namorar as botas de um GNR durante uma operação Stop e isso não é bom sinal.
Acho que vou mas é comprar uns sapatos.

16/10/06

Memória curta

Estão 30 pessoas barricadas no Teatro Rivoli e a nossa ministra da Cultura acha "original". Não sei porquê. Já não se lembra do outro que se fechou no BES de Setúbal aqui há umas semanas? E esse, ao menos, arranjou explosivos e fez reféns. Uma coisa em grande. Se é para aparecer na televisão que seja como deve ser.

11/10/06

O mesmo que imaginou o Guggenheim e o ex-futuro Parque Mayer


(Hotel Marqués de Riscal, situado no pequeno povoado de Elciego, em Álava, Espanha)

"É uma obra maravilhosa, com 'cabelo' a voar em todas as direcções, que se lança sobre as videiras". O princípio da estrutura pode ser esquisito mas os neurologistas dizem que é tudo uma questão de hábito" (Frank O. Gehry in JN)

10/10/06

Vale tudo

"A pretexto de interrogar os deputados sobre o projecto de Orçamento em discussão no Parlamento Italiano, os animadores do programa (de um canal de TV de Berlusconi) limparam-lhes a testa com um produto químico que revela a presença do estupefaciente no suor. Cinquenta deputados prestaram-se à «armadilha» do programa sem desconfiar de nada e 16 testes deram positivo" (in Diário Digital).
Quem disse que a nossa TVI já tinha batido no fundo em matéria de oferta televisiva, enganou-se. Os italianos estão muito mais à frente. Se calhar é porque o Moniz nunca foi primeiro ministro.

09/10/06

Tirando isso

Para que conste,
este fim-de-semana fiz bolo de leite condensado e coco. Se esquecer aquele momento à saída do forno em que virei o bolo ao contrário para colocá-lo no prato e ele não reagiu às diferenças de altitude, posso afiançar que correu tudo muito bem. O conteúdo superou largamente a forma.

04/10/06

Ele há coisas do Diabo

Começo o dia outra vez a rir. A diocese de Coimbra decidiu tomar uma posição na questão da despenalização do aborto. Tudo bem. A graça da coisa está que a campanha inclui uns folhetos com a foto de um bebé que foi reproduzida sem autorização de ninguém. Mas ainda há mais. O bebé é filho de uma das signatárias do Movimento pela Despenalização da Interrupção da Gravidez. Eu cá acho que o bispo de Coimbra devia experimentar a caça à lebre ou ao coelho bravo. Está com a pontaria afinadíssima e garantia repasto para a sua diocese nos próximos meses.

03/10/06

Pois

Um estudo divulgado ontem em Bruxelas revelou que os portugueses sabem mais sobre SIDA mas só um em cada três é capaz de garantir que esta não se transmite através do beijo na boca. Agora fiquei na dúvida se esta é uma boa ou uma má notícia.

02/10/06

Fuga de cérebros? Não admira nada

Mestrado e Doutoramento em História. 51 anos. Foi despedido da universidade onde dava aulas há mais de 20 anos. Diz o DN de hoje que ele agora "cozinha carapauzinhos com arroz de grelos que regalam a família". Há alguma coisa de errado neste quadro. Serão os carapauzinhos?