29/05/08

Boas Notícias II

Amanhã é sexta-feira.

28/05/08

Boas Notícias I

Só para contrariar a avalanche de notícias dramáticas de Portugal e do mundo -
«dentro de duas décadas, Portugal poderá produzir energia geotérmica suficiente para fornecer electricidade a grande parte do país, através de uma forma inovadora de aproveitar o calor da terra. O projecto, ontem apresentado, é pioneiro em Portugal e baseia-se em sistemas geotérmicos estimulados, que permitem produzir energia eléctrica de forma renovável, limpa para o ambiente e praticamente inesgotável» (in JN)
- e agora vai ser assim, nos próximos dias, aqui no estaminé. Apetece-me remar contra a maré. Os cépticos que me perdoem mas a vida ainda tem coisas boas que merecem ser sublinhadas.

27/05/08

Imagens que ficam

(do filme 'África Minha', realizado por Sidney Pollack, falecido ontem)

26/05/08

Dúvida

Ainda gostava de perceber em que é que a vinda dos McCann e dos amigos a Portugal para fazer a reconstituição do 'desaparecimento' de Madeleine vai acrescentar alguma coisa ao processo. A menos que esta gente toda tenha alguma recordação súbita - que não surgiu nas 7636427346328 horas de interrogatório a que foram sujeitos mais as 187324712474 entrevistas que deram a 93845278356 jornais e televisões e rádios - esta encenação cheira-me a pura perda de tempo. Digo eu, que já começo a evidenciar sinais de esquecimento preocupantes como não conseguir lembrar-me do que almocei ontem.

23/05/08

21/05/08

É isto

Já lá vão alguns anos desde que deixei de pensar que é possível ocupar a maioria absoluta do nosso tempo só com coisas que dão gozo. Deixei de acreditar nisso mais ou menos na altura em que me convenci de que o Pai Natal era muito mais uma estratégia de marketing mundial do que um septuagenário carregado de presentes e de boas intenções.

O que sobrou dessa ilusão infantil de que a liberdade e o primado do prazer podem comandar o (nosso) mundo foi a convicção de que, sem um nível razoável de satisfação no mais comum dos nossos gestos, a vida se torna muito mais difícil. Para não dizer, frustrante, violenta, estéril.

Quando os políticos só aceitam cargos para salvar partidos, quando só os filhos seguram casamentos, quando só os interesses mantêm amizades e quando os empregos se tornam apenas um meio para atingir o recibo de ordenado, o resultado não pode ser bom. É o caminho mais certo para não chegar a lado nenhum. Para mim, uma espécie de princípio do fim.

20/05/08

Está tudo explicado

Diz o JN que "Almeida Lopes, juiz-conselheiro jubilado e primo de Fátima Felgueiras, afirmou ontem em tribunal que o processo "saco azul" de Felgueiras resultou de uma vingança passional, porque os arguidos Joaquim Freitas e Horácio Costa, denunciantes do caso, estavam apaixonados e queriam manter relações sexuais com a autarca". Digo eu que é uma óptima maneira de colocar as coisas: reduz-se um dos maiores casos de corrupção do nosso país a uma questão passional, alimenta-se o ego da senhora e abastece-se os jornais de matéria picante, própria da mais refinada novela de Tozé Martinho. Até os dois pinga-amores ficam bem na fotografia. Quem não se enternece com um coraçãozinho apaixonado e capaz das maiores vinganças por amor?

19/05/08

A pergunta que se impõe

Com ou sem pavilhões diferenciados, com ou sem Leya, com ou sem o apoio da câmara da Lisboa, com ou sem as pazes feitas entre essas entidades que representam os editores e livreiros e afins, com ou sem reuniões e ‘plataformas de entendimento’, com ou sem as chatices e guerras do costume, com ou sem as lamúrias de sempre, há feira ou não há feira?

14/05/08

Pausa para a poesia

'meteoro'
brutal
precipitado
do sobretecto
celestial
descontrolado
aí vem
o meteoro
nada o detém
brutal
logo
nuvem
colossal
de fogo
impiedoso
ominoso
cego
sem ego
arquitecto
iridescende [sic]
incandescende [sic]
fosfórico
catastrófico
poro
por
poro
puro
final

(Mão amiga fez-me chegar este extraordinário poema de Paulo Teixeira Pinto, ex-administrador do BCP, que em boa hora decidiu largar tudo para se dedicar à poesia e fosforizar assim o nosso cinzento mundo literário. Obrigada, PTP).

13/05/08

O preço dos alimentos, o sismo da China, o ciclone da Birmânia

Pronto, ok. A lista está fechada e devidamente anunciada. Vamos esperar mais três ou quatro dias, que é o tempo suficiente para toda a gente de todo o país – do padeiro ao primeiro-ministro – se pronunciar sobre as ausências do Maniche e do Caneira e as presenças do Moutinho e do Jorge Ribeiro. Vamos lá deixar que os chineses reforcem os seus stocks de bandeiras com pagodes e que as marcas esgotem as para cima de 253624323939 bolas de futebol que têm para oferecer por dia. Pronto, ok. Vamos lá deixar os rapazes partir em estágio e gozar também de algum sossego até ao início de Junho. Pode ser? É pedir muito?