20/12/07

Conto de Natal

«Na noite de 21 Junho de 2004 – cinco dias antes de o país ser oficialmente informado de que a Comissão Europeia teria um novo presidente chamado José Manuel Durão Barroso – Cavaco Silva soube, quase por acaso, da inopinada partida de Durão para Bruxelas. E ficou branco como a cal.
Jantando com ele nessa noite em casa de amigos comuns, pude testemunhar o grau de total ignorância em que se encontrava o antigo primeiro-ministro sobre os ideais europeus do seu antigo pupilo. “Mas isso significa entregar o país a Santana Lopes e a Paulo Portas...!” exclamara Cavaco Silva logo após um dos presentes – informado da notícia, via Bruxelas, nessa mesma tarde – ter lançado para o ar do jardim onde se jantava, a bomba atómica da partida de Durão Barroso».
(Maria João Avillez in Diário Económico)

19/12/07

Manchete enigmática

Há um colete da PSP que assassinou um segurança? Ou há um segurança da PSP que assassinou o colete? Ou será a PSP que assassina coletes e seguranças? Ou são estes que assassinam a PSP? Eu acho que o colete de segurança foi com o Pai Natal e o palhaço no comboio ao circo.

17/12/07

Peru de Natal

José Sócrates considera que o acordo sobre alterações climáticas alcançado na conferência de Bali representou um triunfo da União Europeia e «um bom momento da presidência portuguesa» da UE. «O resultado da conferência de Bali foi uma vitória do mundo e do ambiente, mas representou também uma vitória da liderança europeia, porque foi a UE quem puxou por este objectivo», declarou.

«Orgulhosamente, posso dizer que as três principais prioridades foram inteiramente cumpridas, ao serviço de uma Europa mais forte para um mundo melhor», declarou José Sócrates, destacando o grande momento do semestre, consumado na assinatura do novo Tratado da EU.

«Acho que podemos com orgulho chegar ao fim desta presidência e podemos dizer que a Europa fica mais forte internamente e também com uma melhor política externa», disse José Sócrates à chegada à reunião dos chefes de Estado e de Governo dos 27 que marca o final da presidência portuguesa.

O Presidente em exercício da União Europeia, José Sócrates, considerou que a Cimeira UE/África foi «verdadeiramente extraordinária» e que o seu resultado superou um impasse de muitos anos.

Este senhor, este tal José Sócrates, era capaz de dar um bom primeiro-ministro para o nosso país. Parece ser um caso de sucesso além-fronteiras.

13/12/07

Será?

«El escritor Arturo Pérez-Reverte ha dicho en Murcia que los españoles, incluido él, son "analfabetos en manos de sinvergüenzas, y las bibliotecas siempre han estado vacías", porque les han hecho "detestar la Historia del país, no sólo los ministros analfabetos" de Educación y Cultura.

En una conversación informal, en la que hasta contó un par de chistes, Pérez-Reverte señaló que "el pueblo español es inculto, no lee, no sabe y no tiene conciencia crítica".

Tras advertir de que todo lo que decía eran "opiniones personales y subjetivas", su "percepción de las cosas", indicó que "España, aunque también solidaria y generosa, sigue siendo ingrata y conserva viejos vicios, lacras y costumbres ruines".

La España de hoy, precisó, "es mucho mejor que la del personaje de Alatriste del siglo XVII; hay preservativos y penicilina, a pesar de que -hizo un paréntesis- blasfemo a diario de este país, porque seguimos siendo unos mierdas en otras muchas cosas". »

(retirado daqui )

12/12/07

Tolerância

do Lat. tolerantia

s. f.,
qualidade de tolerante;
acto ou efeito de tolerar;
atitude de admitir a outrem uma maneira de pensar ou agir diferente da adoptada por si mesmo;
acto de não exigir ou interditar, mesmo podendo fazê-lo;
permissão;
paciência;
condescendência;
indulgência.

(fonte priberam )

11/12/07

Critérios

Parece que vem aí uma nova campanha de promoção aqui do burgo. Chama-se «Portugal Europe's West Coast» e aposta na presença de oito personalidades portuguesas que fazem parte de uma «geração de talentos que se está a afirmar a nível internacional» e que tem «garra e gana para vencer».
Portanto, os nossos produtos gourmet em fase ascendente são José Mourinho, Mariza, Cristiano Ronaldo, Nelson Évora, Vanessa Fernandes, Miguel Câncio Martins, Maria do Carmo Fonseca e Joana Vasconcelos. Quatro vêm do desporto (dois do futebol), um da música, outro da arquitectura, outro da ciência e outro das artes plásticas.
Na literatura, no cinema, no design, na fotografia ou na medicina, nicles. Não há ninguém que valha um dedinho do pé do Cristiano Ronaldo.

10/12/07

Um Assim, de repente, à segunda-feira...

... para uma resposta tardia: há dias em que me encontro com a tristeza n’ O Quarto do Filho (Nanni Moretti), outros em que me apetece revisitar Casablanca, (Michael Curtiz) só para ouvir “We'll Always Have Paris”. Se me dá para o disparate, vou na onda do Tootsie (Sidney Pollack) ou embarco em todas as loucas aventuras do Indiana Jones à procura de qualquer coisa. Mas também posso instalar-me n´ A Pousada da Jamaica (Alfred Hitchcock) a ler Daphne du Maurier com óculos a preto e branco. E há os outros dias todos, onde há sempre um Big Fish (Tim Burton) à espera de ser pescado.
PS: Passo a batata quente ao azul cobalto reais ficções do avesso entretantuus

05/12/07

Lista

Assim, num primeiro ensaio, nota-se que não há alterações dignas de registo. Há um núcleo duro que se mantém inalterável desde sempre, seja gordo ou magro o subsídio de Natal. Há também uma mão cheia de outros nomes, não muito mais do que uma mão de dedos bem contados, que desde que entraram no lote nunca mais dele saíram. Depois, há uma classe flutuante, composta por pessoas que, num dado ano, são lembradas nesta quadra, e que noutro, sabe-se lá porquê, acabam votadas à indiferença. Há ainda o factor Natureza que determina novas inserções por via do nascimento ou exclusões por via da morte. E finalmente – os mais intrigantes - há os que desaparecem sem deixar rasto mesmo sem terem morrido. Evaporam-se dos nossos pensamentos natalícios e não há espírito festivo que os faça ressuscitar. Na ausência de exemplos destes este ano parece que tenho a tarefa facilitada: é só tirar uma fotocópia da última lista de presentes de Natal e descansar a consciência. Não tenho nem mais nem menos entes queridos do que tinha o ano passado. O que nos tempos que correm, já não é nada mau.

03/12/07

Despreocupação Total

Amanhã, joga-se o futuro da capital. Outra vez. Cinco meses depois das eleições intercalares de Lisboa – provocadas pelas trapalhadas de um presidente apoiado pelo PSD – o empréstimo necessário para equilibrar as contas – de dívidas contraídas pelo PSD - pode estar em vias de não acontecer – por vontade do PSD contra todas as forças políticas representadas no município.
É mais ou menos isto: amanhã, a Câmara Municipal de Lisboa pode ficar sem presidente e mergulhar outra vez numa crise e obrigar os lisboetas a regressar mais cedo às urnas.

Mas Luís Filipe Menezes, líder do PSD que é também o maior partido da oposição, diz-se “despreocupado” e sem “medo de eleições antecipadas”. E eu acredito nisso ao vê-lo nos jornais, sorridente e folgado, deixando-se fotografar com a nova namorada nos Açores. A vida deve correr-lhe bem. Corre sempre bem àqueles que tendem a não vislumbrar mais nada além do perímetro do seu próprio umbigo.