Já lá vão alguns anos desde que deixei de pensar que é possível ocupar a maioria absoluta do nosso tempo só com coisas que dão gozo. Deixei de acreditar nisso mais ou menos na altura em que me convenci de que o Pai Natal era muito mais uma estratégia de marketing mundial do que um septuagenário carregado de presentes e de boas intenções.
O que sobrou dessa ilusão infantil de que a liberdade e o primado do prazer podem comandar o (nosso) mundo foi a convicção de que, sem um nível razoável de satisfação no mais comum dos nossos gestos, a vida se torna muito mais difícil. Para não dizer, frustrante, violenta, estéril.
Quando os políticos só aceitam cargos para salvar partidos, quando só os filhos seguram casamentos, quando só os interesses mantêm amizades e quando os empregos se tornam apenas um meio para atingir o recibo de ordenado, o resultado não pode ser bom. É o caminho mais certo para não chegar a lado nenhum. Para mim, uma espécie de princípio do fim.
O que sobrou dessa ilusão infantil de que a liberdade e o primado do prazer podem comandar o (nosso) mundo foi a convicção de que, sem um nível razoável de satisfação no mais comum dos nossos gestos, a vida se torna muito mais difícil. Para não dizer, frustrante, violenta, estéril.
Quando os políticos só aceitam cargos para salvar partidos, quando só os filhos seguram casamentos, quando só os interesses mantêm amizades e quando os empregos se tornam apenas um meio para atingir o recibo de ordenado, o resultado não pode ser bom. É o caminho mais certo para não chegar a lado nenhum. Para mim, uma espécie de princípio do fim.
12 comentários:
Saudosismo dos 30's?
: ) Ah pois "É isto"
Já faz tempo que se comenta o príncipio do fim.
Ele vai sempre existir é como o nascer e morrer e o mais fantástico para mim é o Viver não?
E quando esse fim se concretizar, rapidamente aparece um outro princípio… é a tal história cliché: fecha-se uma porta mas abre-se uma janela…
a realidade é o que é: espessa e real...
isso é que é uma grande maçada.
Mesmo ocupando a maior parte do tempo no que nos daria gozo, chegaria a hora da procura do inverso, ou melhor da instabilidade, da fragilidade, da insatisfação, enfim, do quebrar das ilusões...
porque a partir daqui se pode reconstruir, renovar e recomeçar de novo e isso vem associado a muita energia...entusiasmo, exaltação e arrebatamento...
é uma espécie de enterro de um ciclo e o recomeço de outro...
e como dizia a sua amiga, que a inspirou para o nome deste blogue, ser poeta...é ter garras e asas de condor!
Eu tenho um emprego que é um mero meio para atingir o recibo de ordenado. À falta de oportunidade para cada um fazer o que mais gosta, é o que se arranja!
De acordo!
Mas o fim também significa princípio. Quem sabe o novo não é bem melhor que o velho?!
Bem observado Martinha.
Taí. É isso mesmo!
A vida, sem um mínimo razoável de prazer nos mais comuns dos nossos gestos é um tédio!
Mas tem de haver algo de bom? No meio disso tudo...
Bjs
Olá Marta!
Cheguei aqui ao teu simpático cantinho saltando de blog em blog. Gostei, vou regressar mais vezes.
No que diz respeito ao teu texto, estou totalmente de acordo, as nossas ilusões e os nossos sonhos vão-se dissipando à medida que o tempo passa. As relações humanas são cada vez mais frias e impessoais, os empregos frustantes e muito mal pagos, o Ter sobrepõe-se ao Ser, há uma luta constante contra o tempo etc. etc. Eu também sinto que é o príncipio do fim. No entanto, temos de manter a esperança e acreditar que depois da tempestade vem a bonança.
;)
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