elas vendem-no na lota, recebem e
gerem o dinheiro que chega sempre para pagar as contas da casa, a comida da
mesa, os livros e os ténis dos filhos, a televisão e o frigorífico, levam os miúdos
à escola e ao médico quando têm febre, vão à missa, arranjam as mãos, não permitem
uma raiz preta no cabelo, recebem os maridos à sexta-feira com beijinhos e lençóis
lavados, devolvem-nos ao mar ao domingo à noite com bilhetinhos de amor nos tupperwares
do farnel, cantam música sertaneja no monovolume que as leva e traz à barra e
agradecem todos os dias a felicidade que Deus lhes deu. É a vida, é o Amor.