«Durante vários minutos o homem, conduzindo um automóvel isento de carta de condução, andou de “prego a fundo” no cemitério. Obrigou as pessoas a fugir em pânico. “Algumas ficaram encostadas aos muros rezando, outras subiram para cima das campas, e outras ainda tentaram até entrar para dentro dos mausoléus”, acrescenta uma outra mulher ao CM. (…) Perante o olhar atónito dos populares, o condutor imobilizou o automóvel e saiu calmamente: “Com um chapéu na cabeça, calças de ganga, botas à cowboy e óculos escuros, sentou-se numa campa, estendeu os pés para cima de outra e acendeu um cigarro.” Quando os populares se aproximaram, para tentar perceber o que se passava, o ‘cowboy’ ainda questionou ironicamente: “Há algum problema?”»
Não, não é nenhum trecho de filme ou livro. Aconteceu mesmo e, imagine-se, na Gafanha da Nazaré. A notícia aparece assim no CM. Gostei do tom da escrita e do indubitável estilo do protagonista. Aquele movimento de se sentar numa campa e estender os pés noutra não é para todos. É para quem sabe e para quem pode.